A notícia bombástica de João Vítor Xavier, na Itatiaia, no fim da Turma do Bate Bola, e no Bastidores, e que praticamente acabou com a festa do Troféu Guará, de que o Galo "comprou" o Independência, já criou muito mais confusão que podíamos imaginar.
Ao vivo, no Bastidores, Kalil negou o contrato, Marcus Salum quase infartou, Gilván, com sua incrível batata quente na boca, quis puxar o saco e nos chamou de coirmãos, todos dizendo que o edital de concessão do Independência não permite que clubes estejam na administração de estádios oriundos da ADEMG.
Mas, de acordo com o João Vítor, nada disso vai acontecer. Ele foi bem claro em dizer que a BWA venceu o edital, e vai administrar o estádio, conforme determina o edital, e agora, já na condição de administrador, firmou uma parceria para ter os jogos do Galo no Independência.
O contrato da BWA com o América, que todos fizeram questão de dizer que foi muito bom, e é mesmo, garante um percentual do lucro da empresa, com valor mínimo de R$150mil por mês, já que tudo dentro do estádio era da BWA: comida, bebida, até o picolé que o Kalil tanto falou, estacionamento, etc.
E como a BWA teria algum lucro, se o estádio somente recebesse jogos do América? A princípio, até o fim da Copa do Mundo, não haveria problemas, pois todos os clubes jogariam lá!
Mas, e depois? A BWA estaria numa ferrada danada! Como ter lucro com um time que põe em campo, no máximo 3mil pessoas por jogo!?
A solução, claro, era o Galo e sua torcida, que vai a campo e consome muito, até porque, se o sócio-torcedor seguir os padrões do do Inter, parte dos ingressos serão vendidos, com preferência aos sócios, ainda haverá renda com a venda de ingressos.
E, de acordo com a informação do João Vítor, o Galo e a BWA vão ficar com a maior parte, sendo que o Estado de Minas Gerais e o América ficarão com a menor parte, mas terão suas partes respeitadas, nos exatos termos do que garante o edital.
E é isso!
Não haverá administração do estádio pelo Galo. A administração será da BWA. Ponto! Edital cumprido pelas partes.
A questão é mercadológica. A BWA precisava de alguém que fizesse, efetivamente, fazer o Independência dar lucro com o futebol, e não apenas com outros eventos, como shows, sermões da montanha, Axés e afins! Sim, porque, fora esses eventos, como dissemos anteriormente, o futebol é só o América, pelo menos a partir de 2014, e por mais 25 anos...
Só que, para ter o nome de um grande clube que possa lhe garantir essa renda/lucro, teve fazer várias concessões, sendo a principal é a participação na renda de tudo o que for comercializado no estádio e relativamente a ele.
E essa possibilidade já havia sido expressamente negada pelo Governo do Estado, que garantiu aos clubes, incluído a zona azul, PARTE da renda do estacionamento e dos ingressos. E só! Por isso, o acordo com a BWA se mostra muito mais interessante economicamente.
É claro que o dono do estádio pode fechar as parcerias que bem entender, desde que mantenha com quem lhe concedeu o direito de exploração, no caso, Minas Gerais e o América. Se isso for cumprido, e parece que sim, nenhum problema vai haver e a torcida do Galo já pode comemorar a antecipadamente a nova casa.
Foi isso que entendi de tudo isso, e por isso não vejo, do ponto de vista jurídico, apenas com essas informações, que pelo visto foram efetivamente obtidas no contrato, não tem qualquer implicação na norma do edital.
Bom, resolvida a questão da regularidade do negócio, vamos à análise do acordo.
Já vi gente na minha TL no Twitter e no Facebook escamando o Kalil, dizendo que pensar no Independência é pensar pequeno e, claro, muita mariada despeitada, dizendo que o Mineirão é delas...
Quanto a elas, ledo engano. Vão alugar o estádio, e só.
Quanto ao negócio com a BWA, e muita gente questionando o acordo, pelo tamanho do campo, pela possibilidade de público que o Galo sempre leva, e tal...
Só que, faça as contas: qual é a média de público do Galo nos últimos anos? Para se ter uma idéia, na melhor campanha recente do Galo, em 2009, nossa média foi de 20.518 torcedores. Cabe no independência. E ainda, nossa média de arrecadação foi de R$ 293.152,50. Ou seja, média de ingresso de R$14,28. Hoje, o ingresso já é de R$20,00. E pela média de público, de uma boa temporada, cabe no Independência. Essas informações foram obtidas
aqui.
E, com esse "pouco" espaço pra torcedor, o sócio-torcedor vai fazer o Galo ter renda, com ou sem público, e não vai haver necessidade de venda de ingressos. Sem falar nas outras rendas que irão, diretamente, para o Galo, como dissemos acima, desde o picolé até shows na Arena.
Diante disso, a jogada de Kalil e da Diretoria foi de mestre. Isso ninguém pode negar. Esta Kombi vem criticando veementemente a administração Kalil no futebol, e levando com ceticismo a administração geral do Clube.
Mas esse contrato, acaso seja confirmado mesmo, é uma prova incontestável da competência da administração do Clube, e será a marca da administração Kalil, a melhor jogada já feita por um dirigente no futebol mineiro, o xeque mate incontestável. E nós somos obrigados a reconhecer isso.
Vamos aguardar o desenrolar dos fatos, que a meu ver, tem tudo para acontecer, mesmo debaixo de uma avalanche de críticas e processos judiciais, mas que no final só servirá para atrasar o Galo a por na mão na grana.
Por fim, sugiro, o nome batismo da estádio: sem "arena", sem "do galo", sem "BMG" ou "MRV".
Sugiro:
RINHA DO CARIJÓ
EM TEMPO: fui alertado por um leitor aqui, e de fato há um erro na média de público do Galo no brasileiro de 2009, que foi de 38.761 nos jogos como mandante, com uma arrecadação média de R$554.164,37. O link da apuração é esse aqui. De toda forma, isso não muda a idéia do post de viabilidade da utilização do Independência e do programa sócio torcedor, pois, mesmo com esses "novos" números, a média do preço do ingresso permanece em R$14,29, sendo que hoje, para o mineiro, já é de R$20,00, e com o sócio torcedor a tendência é aumentar a arrecadação.