terça-feira, 23 de abril de 2013

O MARIÃO


No último dia 21/04/2013 o Galo jogou no novo Mineirão, ou no Marião, como este motorista de Kombi prefere, e, no fim, foi desaprovado por mim e por quem esteve comigo no jogo.
Os problemas são vários, desde o acesso e saída, até estacionamento, passando pelo crônico problema de entrada no estádio.
No fim, a minha conclusão foi de que o Marião, através da Minas Arena, BHTrans, FIFA, CBF, sei lá quem mais, simplesmente, conseguiu acabar com o bagunça organizada que antes existia, que todos frequentavam, desde 1965, com público muito maior que o atual, e que, salvo uma vez ou outra, gerava reclamações.
É claro que, pelo menor público do Independência, os problemas serão menores, mas, mesmo assim, para a capacidade do estádio, as soluções, ainda que parcialmente, foram apresentadas e ajudaram, significativamente, a reduzir os transtornos no local.
A seguir, listo os problemas que eu vi, e algumas sugestões (se cabíveis ou não, não interessa, sou torcedor e não agente público...):
1. Trânsito e estacionamento:
O problema do trânsito está diretamente ligado ao transporte público. Não há, para o Marião, um eficiente, ou mesmo adequando, sistema de transporte público. No Independência temos uma estação do metrô bem próxima, o que, embora não seja o ideal, resolve bem o problema de acesso ao estádio e reduz, bastante, o acesso de veículos.
E, embora conte com dois grandes corredores de tráfego (Antônio Carlos e Catalão), o congestionamento nas proximidades do Marião, a pouco menos de duas horas do jogo foram enormes. Na Antônio Carlos, uma hora e meia antes do jogo, o engarrafamento começava no Viaduto São Francisco. A Abraão Caram ficou congestionada em toda a sua extensão, fruto, claro, do excesso de veículos, mas também da redução de vagas do Marião (com a reforma, de 7900 vagas, só sobraram 2878, algo inexplicável...) e da proibição de estacionamento no entorno do estádio. Porquê?, se nos jogos da bicharada isso é permitido? Boicote porque o Galo não quer jogar lá!? Não duvido.
Além disso, a Abraão Caram ainda recebia todo o tráfego que vinha da Catalão, já que hoje não é mais permitido virar à esquerda na Av. Cel. Oscar Paschoal, do CEU. Ou seja, quem vem da Catalão, e não entrar no estacionamento do estádio naquele lado, tem, necessariamente, que chegar na Abraão Caram, e se ferrar no trânsito...
Com essas medidas, ao contrário do Independência, que apesar de ter restrição de estacionamento do seu entorno, o tráfego não congestiona e a chegada e saída de lá são bem melhores que no Marião.
Ou seja, redução do número de vagas do estacionamento do Marião, proibição de estacionamento no entorno (pelo visto somente em jogos do Atlético), condução de todo o tráfego no local somente para a Av. Abraão Caram, o trânsito fica caótico mesmo. E a culpa não é de quem chegou tarde, como quiseram dizer o Presidente da Minas Arena, em mais uma de suas ridículas desculpas, a BHTrans e a PM, além do boboca do Álvaro Damião...
2. Acesso dos torcedores:
Eu entrei pelo portão dedicado ao Galo Na Veia e, por isso, não tive problemas no acesso ao estádio. Mas foi só isso. Quem não teve esse privilégio sofreu...
No antigo Mineirão, existiam diversas entradas para os diversos setores. E, embora ficasse aquele bololô em cada portão, na medida em que você chegasse na entrada, fim da confusão, você acessava a catraca e a PM fazia a revista com mais de um policial, dando vazão rápida na entrada.
No Marião, não. Há apenas uma entrada para cada setor, e apenas um funcionário para fazer a revista. Pronto! Está formado o caos e as filas.
Sem falar que, antes, você já tem que entrar em uma fila, meio bagunçada, é verdade (e esta eu enfrentei), para mostrar que tem ingresso e poder acessar a tão famosa esplanda, e só assim se dirigir à portaria do seu setor. E só existem duas destas entradas: uma na Abrão Caram e outra na esquina da Catalão com Cel. Oscar Paschoal. Ou seja, uma vez dentro da esplanda você tem que caminhar até o portão do seu setor e, novamente, enfrentar a fila da roleta e a fila da revista. Ou seja, novamente, redução de acessos, que dificulta a vida de quem vai estádio.
3. A esplanada
Para que serve essa merda de esplanada!?
A tal área de lazer e acesso público, destinado à diversão e convívio da população de Belo Horizonte, como propagandeado pela SECOPA, não serve para nada.
Durante a semana, permanece fechado. E confirmei isso na última sexta-feira (19/04/13), quando fui à bilheteria da Abraão Caram comprar o estacionamento antecipado para a pelada do time da CBF. Vi que a entrada para a esplanada estava fechada. Ou seja, o tal espaço de lazer e convívio estava fechado, ao contrário do que acontecia antes, quando muitos faziam atividades de corrida no estacionamento e no entorno dos muros do estádio. Além do pessoal do aeromodelismo, que utilizada o estacionamento quase em frente do Farroupilha. Isso não existe mais...
Sem falar que, nos jogos, aquilo ali é um deserto! Quente, sem sombra, com o piso de cimento branco refletindo o calor do sol... Se você quiser, pode ir num dos restaurantes/lanchonetes de shopping que agora existem por lá. Mas a graça era a resenha nas barraquinhas de churrasquinho, com a cerveja contrabandeada pelos diversos "fornecedores", o papo com os amigos na sombra das árvores que um dia existiram por lá.
Ou seja, a verdade área de convivência era o estacionamento com as barraquinhas, onde você podia encontrar com seus amigos. E isso valia tanto para atleticanos quanto para cruzeirenses... A esplanada foi só para consumir concreto, acabar com o total de vagas e encarecer a obra...
4. Lá dentro
Dentro do Marião, a estória é outra. 
De fato, o estádio ficou muito bonito, com assentos mais confortáveis, com a visão do campo, pelo menos no setor superior, melhor que no Independência, mas também, por razões óbvias.
Porém, vi partes não acabadas ou já precisando de manutenção. No setor em que estive, os vidros que servem de divisórias de setores já com pontas vivas (já roubaram as proteções instaladas), fiação exposta e algumas cadeiras já danificadas.
Além da inoperância da segurança, que não retirou os folgados que ficaram em pé nas escadas e nos corredores, atrapalhando, não só a visão do jogo, como o próprio deslocamento dos torcedores.
Enfim, na própria manutenção do Marião, a Minas Arena precisa melhorar.
Sem falar nos preços abusivos de alimentos e bebidas, e na vergonha que é o novo tropeiro...
5. Saldo
Para mim, o saldo foi negativo, pois as facilidades de acesso, entrada, saída, e deslocamento no estádio são bem mais favoráveis no Independência que no Marião. Além do que, o Galo ganha mais jogado no caldeirão!
Mas, como disse um amigo meu, cruzeirense, e portanto, frequentador do Marião: esperamos que, quando acabar essa babaquice, viadagem, de Copa do Mundo, a Minas Arena entenda o que era o Mineirão e volte a fazê-lo, para nós, como era antes!

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