Nesses 55 anos de Brasil, a van popular da Volkswagen nunca perdeu a liderança do segmento – a
posição é mantida desde o seu lançamento. Em 2012, o utilitário já somou mais
de 15 mil unidades, total que representa 39,4% das vendas do nicho. Em cinco
décadas, a Kombi recebeu diversas atualizações. A última foi
em 2005, quando o modelo recebeu o motor 1.4 flex arrefecido a água. Capaz de
produzir 80 cv com etanol, o bloco ficou 34% mais potente e 30% mais econômico
que o antecessor refrigerado a ar.
Os primeiros esboços da Kombi surgiram no fim dos
anos 1940, pelas mãos do holandês Ben Pon, que desenhou em seu bloco de
anotações um veículo utilitário baseado no Fusca. O nome vem do alemão
Kombinationfahrzeug, que quer dizer veículo combinado ou multiuso. No início da
década seguinte, a produção teve início na Alemanha. Entre as características
inovadoras destacavam-se a carroceria monobloco, a suspensão reforçada e o
motor traseiro, refrigerado a ar e de apenas 25 cv de potência. Anos mais
tarde, ela desembarcou no país, importada pela Brasmotor, na época
representante da Chrysler no país.
Em 1957, as primeiras unidades da Kombi deixavam a linha de
produção brasileira, com 50% de nacionalização. O formato exótico, a estrutura
robusta e o baixo custo de manutenção cativaram os brasileiros de cara. Também
era fácil de manobrar e o modelo nacional era praticamente idêntico à versão
alemã. O motor era um boxer de quatro cilindros, 1.200 cm³ com 30 cv de
potência e estava associado a um câmbio de quatro marchas. A tração, traseira,
demorava 25 segundos para levar a perua até 90 km/h.
Apesar da popularidade, o futuro da boa e velha Kombi ainda é incerto. Muitos apostam no fim da produção para 2014, quando entra em vigor a legislação que obriga a inclusão de freios com ABS e airbags para todos os veículos fabricados no país.
Se no Brasil seu futuro é incerto, na Holanda seu comércio é garantido. A VW brasileira, única do mundo a ainda fabricar o modelo do mesmo jeito que era na Europa na década de 1970, ainda exporta a Kombi pra lá, a pedido, para que a mesma seja modificada e transformada em Camper Van, um tipo de Motor Home, com cama, fogão, pia, e outros acessórios para o uso em ambientes rurais/selvagens.
Se aqui ela acabar, pelas imposições da legislação, deixando saudade, seu futuro ainda está garantido na Holanda...
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