terça-feira, 1 de maio de 2012

A Entrevista do Kalil no PFC

Não havia assistido o programa Camarote PFC com a entrevista do Presidente Alexandre Kalil, o que fiz só hoje, aproveitando a folga do feriado, graças ao pessoal do Galo Digital, que colocou o vídeo no site, devidamente editado sem as chatíssimas propagandas (só no Brasil mesmo um canal contratado à parte, dentro da sua assinatura de TV a Cabo, possui comerciais...).

Tentei assistir o programa de forma a me abster das críticas e discordâncias quanto à forma de Kalil administrar o futebol do Galo.

E, devo dizer, e acredito que vou levar pedrada de tudo quanto é lado, gostei da entrevista.

Mas, ressalto: gostei da entrevista em todos os momentos em que o Kalil NÃO FALOU DO TIME, ELENCO, ESTRUTURA, CT E CONTRATAÇÕES, que fique bem claro.

Esses assuntos foram, apenas, repetição de tudo aquilo que ele já vem dizendo, repetindo e falando sistematicamente, com o que não concordo, e que já mostrei aqui e no Galonautas inúmeras vezes, pois o resultado que temos visto, infelizmente, está aí pra quem quiser ver.

Porém, no demais assuntos, Kalil foi, uma vez mais, Alexandre Kalil. E isso foi ótimo.

A forma crua e clara como tratou das grandes mazelas do futebol brasileiro, foi excelente para fazer com que o futebol seja repensado, e, como ressaltou o próprio apresentador (apesar de ser muito fraco), com sugestões de como fazer.

Desde a criação da Liga, e da forma como ela tem de ser criada, até a cobrança feita ao órgão máximo do futebol brasileiro de dar a devida atenção aos clubes.

A forma de obter recursos no estádio, algo que vai muito além da venda de ingressos.

A discussão sobre a terceira camisa, que para mim foi encerrada, e bem encerrada, pois acabei entendendo, e concordando, com o que ele quis dizer com não fazer mais camisas, já que ele mesmo já acha uma sacanagem trocar camisa todo ano (assim como eu), como também acha o preço de R$170,00 absurdo (o que também concordo).

A mesma coisa sobre o estádio e toda a renda comercial que ele pode proporcionar, passando pela mudança do tipo de público que o estádio deve atrair é, verdadeiramente, uma parte daquilo que já acontece na Europa, pois, num estádio, o torcedor faz de tudo, até ver um jogo de futebol, depois de gastar na entrada do museu do clube, no restaurante, seja ele "classudo" ou fast food do patrocinador, na loja com a camisa nova. E depois do jogo, na loja de novo, comprado mais itens depois da vitória avassaladora sobre o maior rival, e por aí vai.

Muitos vão dizer que o nível é outro e afasta o torcedor assalariado. É verdade, eu concordo, mas na atual forma do Independência, nem esse torcedor vai ser deixado de fora.

Ainda que por meios oblíquos, essa forma de administrar o estádio traz de volta o torcedor que, com seus amigos e familiares, vai ali para acompanhar o time, e não acompanhar seus companheiro de torcida, de guerra.

A declaração de que a Globo, que comprou tudo do futebol, tem o direito de colocar o futebol em qualquer horário, desde que pague caro por isso, foi impagável.

Quem quiser ver (ou rever) o programa, é só clicar aí embaixo e, de repente, abstrair tudo o que ele disse sobre o time, e pensar (ou repensar) o que é hoje o futebol brasileiro e seu futuro.

Por isso abstraí tudo o que ele disse sobre o elenco, exceto a parte de que ele, assim como a torcida, também, não está nem um pouco satisfeito com os resultados apresentados até agora.

A forma como Alexandre Kalil pensa o futebol, no seu todo, em não apenas em relação ao Galo, mostrou, pra mim (e tome pedrada na Kombi), que ele é um administrador pé no chão, e suas idéias, seriam muito melhor aproveitadas na CBF, na presidência da Liga ou no extinto C13.

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