sexta-feira, 8 de junho de 2012

MOTORISTA POR UM DIA - ANNE MENEZES

DESABAFO PÓS JOGO
Por @annemmenezes

Um ATLETICANO de VERDADE torce contra o vento. Eu, agraciada por uma família unanimente Atleticana, aprendi desde pequena que ter DNA Alvi Negro é acreditar sempre.
ACREDITAR. Ter Fé.
Ainda sou da época, que isto que eu visto que alguns chamam de camisa do Galo, era chamado de MANTO ALVI-NEGRO e eu sei o peso que ele tem.
Sou da época que sair sem voz do estádio não era novidade pra ninguém, QUE QUANDO O ADVERSÁRIO FAZIA GOL NÃO TINHA, PRA ELES, GRAÇA PRA COMEMORAR, PORQUE GRITÁVAMOS GALO TÃO ALTO COMO SE FOSSE GOL DO NOSSO GALO.
Vivi tempo de vacas magras.
Fui em todos os jogos da série B e vi minha torcida ser comentada no Fantástico como a mais apaixonada do Brasil, quando tínhamos acabado de ser recorde de público das séries A, B e C do campeonato Brasileiro de 2006. E sim, estávamos na série B! 
Série B que NÃO tínhamos jogadores, mas tínhamos mais: 12 jogadores em campo.
Eu ASSISITI a camisa 12 ser imortalizada em pleno Mineirão (QUE SAUDADE!!!!!!) pq minha torcida ERA a camisa 12 do GALO!! Cantávamos sem parar.... Eu vi o movimento 105 nascer. E tem Atleticano que não sabe o que é movimento 105! – ERAM CENTO E CINCO MINIUTOS, CANTANDO SEM PARAR. (pra quem ainda não entendeu: 45´ do primeiro tempo + 45’ do segundo e + 15 minutos de intervalo = 105 minutos cantando sem parar)
Que façamos uma reunião com as torcidas, que façamos voltar a sermos DIGNOS da camisa 12!! Que façamos um viral de amor e paixão a esta entidade VENERADA, que eu grave de CADA Atleticano de verdade (não esses do Paraguai!) o que é ser Atleticano.
Sei lá o que faremos, só sei que eu PRECISO que nossa torcida volte a ser temida pelos adversários. Sei que tenho NECESSIDADE de ter o número 12, de volta, nas minhas costas.
A vida TODA sonhamos em ter um time rico, com grandes contratações, com grandes patrocinadores e agora que tenho, só sabemos cornetar. Falar mal, exigir mais, exaustivamente mais.
Essa modinha de falar mal do Galo, sem fim, em redes sociais está maior que nossa paixão. Para alguns só importa ser “dono da corneta”. Quem faz isso, na minha opinião de Atleticana sem limites, deveria REPENSAR se quer mesmo vestir o manto alvi negro.
De forma alguma acho que deveríamos pegar leve no que tem pra pegar pesado. O que tem pra falar DEVE ser falado, mas é igual na nossa vida, futebol NÃO foge da nossa vida gente(!), se apontarmos só os defeitos incessantemente, as qualidades começam a sumir.
Depois do jogo contra o Bahia, só ouvi que Danilinho é ruim, que Ben10 “fez 3 gols e acha que é jogador”, que não temos goleiro, que Révão entregou uma bola e aiiiii se não fosse Rafael Marques pra tirar.
Mas e quando o Revão chamou o jogo pra ele?
E o tanto que o Jô, moleque desacreditado por toda imprensa do Brasil, tava dando raça até a final?
E o Rickão que sofreu inúmeras faltas e “sabe-se lá porque” não foram marcadas?
E o Bernard, que tava anulado pelos marcadores e não conseguiu jogar direito mas deu aquela arrancada de bola digna de grandes craques que levantou TODO estádio?
A raça do Pierre?
O tanto que Marcos Rocha melhorou?
E o Júnior César que deu cara pra Lateral Esquerda?
E o Cuca que mesmo sendo massacrado pela torcida (final do Mineiro) tava o tempo todo LUTANDO CONTRA O VENTO pra arrumar nosso elenco?
E o Kalil que TUDO que pedimos está fazendo?
NADA DISSO É MAIS IMPORTANTE QUE OS DEFEITOS DO GALO?????
É como disse @Dr.Getúlio: “Se o Omar não pega aquela bola no final, seríamos o melhor time do mundo.”
E é como disse o @PauloChico: “A torcida não empurra o time!! Tá chata demais! Empurrar o time depois do Gol é fácil!”
E completo: Empurrar o time depois do gol e quando está bem é coisa de torcidinha, de torcida medíocre, é coisa de time do outro lada da lagoa, NÃO DA NOSSA GLORIOSA TORCIDA!
NÃO TEM NENHUM ANJO AQUI!! TODOS SÃO FALÍVEIS, HUMANOS, COMO VC É E O FATO DELES VESTIREM O MANTO AVINEGRO PESA SIM, MAS NÃO OS FAZ SUPER HOMENS suficientes pra só agüentar reclamações.
Precisamos exaltar as coisas boas.
Precisamos de parar de SÓ falar mal, lembrarmos dos tempos que ficávamos com o restolho do que não foi negociado no Brasileiro pelos “grandes times”.
Agora voltamos a ser um GRANDE TIME.
Que façamos nossa parte de GRANDE TORCIDA, temida, admirada, comentada por outros clubes, APAIXONADA, dona da camisa 12 e que TORCE CONTRA O VENTO.
Saudações Alvi Negras.

Anne Menezes é atleticana desde que nasceu, e o inteiro teor do texto já diz tudo!
Para segui-la no Twitter: www.twitter.com/annemmenezes

4 comentários:

  1. Excelente texto! Moro fora e quando estou no Brasil e vou assistir aos jogos, sinto uma saudade dos tempos em que a torcida fazia o Mineirao "tremer". Precisamos voltar a ser a Massa que impoe respeito aos outros times. Queremos de volta a paixao de torcer e nao de cornetar.

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  2. Eu vivi essa época também, Anne. Eu fazia parte da turma que brigava com os poucos que vaiavam. Quando iniciei no Terreiro do Galo, no primeiro post eu defendia: "Atleticano apóia o Time! Simples assim! Vai a campo para estimular os jogadores a jogar por amor à camisa. Se sente que os jogadores estão fazendo corpo mole, exige “raça”, característica-mestra de quem sonha usar a alvinegra. 10 minutos de jogo e já vaiar nossos jogadores não é comportamento de atleticano" http://glo.bo/MiRZwp

    Não sei se a paciência acabou, se é coisa de "geração y", sei lá. Mas tá um pouco diferente mesmo. Continuo sem vaiar, mas confesso que, de vez em quando, corneto.

    Parabéns pelo post.

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  3. Texto perfeito! Já briguei (literalmente) com a Galoucura quando ela insistia em vaiar o time e o resto da massa apoiava. Acho que é chover no molhado mas a torcida tem de apoiar o jogo inteiro, vaiar ( caso necessário ) só depois do apito final. Quantos jogadores queimamos pela impaciência ( Thiago Feltri não é craque mas também não é perna de pau como pintamos ele).

    HenrIque-DF

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  4. De tempos em tempos Deus manda algumas almas iluminadas aqui para terra, cada uma com um propósito e um grande desafio. Talvez, o grande desafio da autora, que alias se expressa com maestria, seja deixar-se guiar pela razão e não pela emoção, o que convenhamos não é tarefa fácil, principalmente quando o tema em questão envolve paixão e fervor, o futebol! Entretanto devo admitir que o texto "escorre" razão e luz, equilíbrio, sabedoria e bom senso. Tenho absoluta certeza de que estes são ingredientes fundamentais na vida da autora, regendo e guiando sua caminhada entre nós!
    Um belíssimo texto, de uma belíssima pessoa!

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